Aluna: Christiane Cely F. Melo
- Origem e Natureza da Educação.
Falando sobre a natureza da educação, o autor Ivo Tonet enfatiza em seu texto, “Educação e Emancipação Humana”, tomando como ponto de partida a sociedade capitalista e não a preocupação com a essência do elemento humano abordando num primeiro momento denominado pelo mesmo de “Origem e Natureza da Educação” e posteriormente tratando dos “Requisitos para uma atividade educativa emancipadora”.
Quanto ao papel histórico da educação, este depende do momento histórico onde a educação foi vivenciada. Para compreendermos a essência do fenômeno da educação, precisamos primeiro compreender o porquê do seu surgimento.
Analisando – se educação constitui uma forma de trabalho conclui-se que isto é verdade. Enquanto categoria de trabalho a educação possibilita ao indivíduo a apropriação de habilidades, etc, de modo que é através do processo histórico que acontece essa apropriação. Ninguém nasce sabendo. É através do ato de educar-se que acontece a apropriação do conhecimento disponível em outros indivíduos. Para Lucács a educação consiste em tornar os homens aptos a reagirem diante dos desafios do cotidiano.
Não se trata de transferir o conhecimento pronto e acabado como sendo a última verdade, mas abrir a possibilidade de recriar esse conhecimento, adequando-o à realidade de cada momento histórico.
Para Saviani a educação é o ato de produzir humanidade nos humanos. O autor trata ainda do papel que a educação representa no indivíduo como ser social.
Não será o indivíduo isoladamente, nem os que atuam na dimensão educativa, o pólo norteador das transformações sociais, mas a concreta totalidade social, cuja matriz é a economia. Embora a educação tenha um caráter conservador, ela proporciona as condições para que o indivíduo possa estar permanentemente buscando a construção do novo.
Ao discutir educação e trabalho, o autor conclui que enquanto a educação é feita de subjetividades, o trabalho é um ato de transformação da natureza, portanto algo concreto., muito embora Educação pertença à categoria de trabalho. Entretanto, enquanto o trabalho se constitui numa relação entre o homem e a natureza, a educação é uma relação entre o indivíduo e a sociedade.
Na humanidade primitiva o homem tinha no trabalho seu momento de educação. Assim surgia a divisão social do trabalho. Assim as classes dominantes sempre definiram as estruturações da Educação. A contradição da educação reside no fato de negar o seu caráter alienante sem colocar, entretanto em risco os interesses das classes dominantes. Aí reside o fato da dificuldade de se construir as bases de uma educação emancipadora.A lógica do capital não é a realização plena do indivíduo, mas a sua própria reprodução..
- Requisitos para uma atividade educativa.
O questionamento-base no campo da educação emancipadora é basicamente em que consiste uma atividade educativa emancipadora. Nesta perspectiva o autor discute cinco requisitos para uma educação desse nível, quais sejam:
1º) O próprio fim maior da Educação. È preciso ter clareza do fim que se quer da educação. Educação para quê? Sem essa clareza a educação acaba sem ter propósito. Por isto a preocupação dos organismos internacionais que financiam e educação nos países periféricos.
2º ) Apropriação do conhecimento a respeito do processo histórico. Daí a importância de se estar em dia com os conhecimentos produzidos pelas Ciências Sociais. Este requisito não se dá num contexto de alienação, mas num universo em que a realidade seja um tema constante.
3º) Conhecimento da natureza essencial do campo específico da educação. Não é qualquer tipo de educação que serve à emancipação humana.
4º)Domínio dos conteúdos específicos. De nada adianta ao educador ter uma postura política revolucionária se ele não tiver o domínio dos conteúdos que ministra. A sua ação, neste caso, sempre deixará muito a desejar, bem como não estará contribuindo para uma ação emancipadora.
5º) Articulação da atividade educativa com as lutas desenvolvidas pelas classes subalternas, sobretudo aquelas ligadas às estruturas produtivas. Neste requisito o educador precisa estar atualizado e comprometido com as diversas formas de lutas que são colocadas em prática pelos movimentos sociais. É consenso que não é a educação que tem o papel fundamental de transformar a sociedade, mas sim compete este papel ao trabalho.
Da análise sobre uma educação emancipadora conclui-se que esta consiste em conciliar as suas subjetividades com a dimensão do concreto que são possíveis através do trabalho. Para que uma educação seja praticada em bases emancipadoras é necessários que os educadores tenham consciência do seu papel na sociedade, conhecendo assim suas potencialidades e os seus limites. Se os educadores não tiverem uma consciência crítica e não alienante, o seu papel não será o de contribuir para a transformação da sociedade, mas a de manter as estruturas definidas pelas classes dominantes.
REFERÊNCIA
TONET,Ivo.Educação,Cidadania e Emancipação Humana.Izuí: Ed. Unijuí,2005.
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